Vindos do interior, acadêmicos enfrentam medos e dificuldades em busca de um sonho
- AGECOM Jr.
- 24 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
Devido à falta de oportunidade e, muitas vezes, devido à carência do curso desejado ou de uma instituição de ensino superior na cidade onde moram, muitos jovens se veem obrigados a migrarem para a capital Teresina em busca de um diploma. Mudar de cidade, deixar a família e os amigos para estudar não é uma tarefa fácil: adaptar-se à cidade grande, morar sozinho, saudade de casa e fazer novos amigos podem tornar a vida ainda mais difícil.
Um diploma de ensino superior é objetivo mais da metade dos jovens brasileiros. É o que apontam os dados do censo demográfico mais recente realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2014, ao mostrar que estudantes com idade entre 18 e 24 anos que frequentavam o ensino superior somavam 58,5%. O Censo 2010 apontava que cerca de 30% do estudantes universitários no Brasil mudaram de cidade para poder cursar a graduação.

É o caso da estudante do 5° período do curso de Direito da Faculdade Estácio Teresina, Hayssa Elane (acima), de 20 anos, natural de São Domingos (MA). Hayssa divide uma casa com duas amigas e recebe ajuda financeira dos pais. “A minha única fonte de renda são meus pais. Não é fácil pois tenho dois irmãos e os gastos com faculdade, alimentação, dentre outras coisas, faz com que eles venham a abrir mão de algum conforto para me manter.”
O apoio por parte da família e amigos também é fundamental nesse momento de mudança de vida, Hayssa nos conta que foi um desafio sair da casa dos pais, porém teve bastante apoio da família. “Sinto como se eles estivessem cursando junto comigo”.
Anderson Lima dos Santos, 19, estudante de Enfermagem na Estácio Teresina, além de ser conterrâneo da futura advogada Hayssa, trilhou o mesmo caminho e vive a mesma experiência da colega. “Embora a questão de se separar da família seja difícil, eu sempre quis isso pra minha vida (cursar uma faculdade). Saí da minha cidade onde a expectativa de estudo e emprego são poucas”, relembra.
Ao ser questionado sobre as possíveis dificuldades que enfrentou ao mudar de cidade, o acadêmico revela algumas: “Desde ter que aprender a fazer tarefas do dia a dia, como cuidar de uma casa, saber que o mundo lá fora é de dar medo, ter que lidar com a saudade e engolir o choro... (da saudade de casa)”
Por incrível que pareça, há quem afirme que mudar do interior para a capital não é um baque tão grande assim na vida. É o que diz Antônia Lívia Melo, 20, colega de curso de Anderson, natural de Buriti Bravo, também no Maranhão. A acadêmica mora apenas com a irmã em casa alugada em Teresina. Divide-se entre a faculdade e um emprego recém começado, mas conta com a ajuda dos pais. Apesar da rotina da cidade grande e a distância da família, Antônia garante que não teve “muitas dificuldades nessa questão (de mudar de cidade para estudar), porém, foi difícil ficar longe dos meus pais e também lidar com as responsabilidades”.
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