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Jesse Koz, fiel Shurastey e a comoção gerada pela sua história

Jesse Koz e Shurastey não morreram no caminho, eles seguiram outro rumo, deixando a mensagem de que ir em busca dos sonhos pode ter consequências, mas a aventura de vivê-los é única.


Repórter: Laís Vitória

Produtor: Carlos Santos

Editor de texto: Luis Fernando Amaranes

Publicado em 31 de Maio de 2022, às 18h07


No dia 23 de maio, o influenciador Jesse Koz e seu cachorrinho Shurastey faleceram devido a um acidente de carro na cidade de Portland, nos Estados Unidos. Ambos estavam em uma viagem que tinha como fim atravessar todo o continente americano, do Ushuaya na Argentina até o Alaska, nos EUA.

Última passagem de Dodongo, Jesse e Shurastey, foi pelo estado do Oregon, nos EUA; antes, eles viajaram pela Rota 66. - (Foto: Reprodução/Instagram)


A tristeza é por não vê-los chegando ao destino final, o Alaska, numa simbologia de que ganhar o mundo e realizar seus sonhos é mágico. Mas Jesse Koz e Shurastey não morreram no caminho, eles seguiram outro rumo, deixando a mensagem de que ir em busca dos sonhos pode ter consequências, mas a aventura de vivê-los é única.


Jesse Koz, brasileiro de 29 anos, que abandonou seu trabalho para viver o sonho de viajar o mundo em seu Fusca 1978. Durante sua viagem, ele passou por todos os países do continente americano, com exceção do Canadá, que era seu próximo destino. A viagem intitulada projeto“Shurastey or Shuraigow?”, uma brincadeira com a canção “Should I Stay or Should I Go” (traduzido do inglês Devo Ficar ou Devo Ir), sucesso da banda The Clash. Eles foram. Não há volta nessa viagem, só consternação, reflexão e aprendizado.


Koz publicava fotos na conta do cachorro mostrando as viagens que já tinha feito, entre elas: Bolívia, Uruguai, Chile, Peru, Colômbia, EUA e outros países.

A última publicação há três dias recebeu mais de 20 mil comentários até a noite do dia 24 de maio.

Influenciador e golden retriever de SC que viajavam o mundo. - (Foto: Reprodução/Instagram)


Essa linda história me faz lembrar a canção ‘Coração Selvagem’ de Belchior que fala sobre a pressa de viver. Jesse tinha pressa de viver.


“Talvez eu morra jovem Alguma curva do caminho […] Completará o meu destino
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo, vem morrer comigo Meu bem, meu bem, meu bem”

Por que a morte de famosos provoca tanta comoção até em pessoas que nunca os viram de perto?


De acordo com a psicóloga clínica Psicopedagoga, Terapeuta de casal e família e Terapeuta comunitária integrativa, Rosangela Parga, as pessoas tendem a criar vínculos afetivos e quando esses laços são rompidos pela morte, é comum vir à tona sentimento de tristeza, inclusive entre os admiradores das celebridades.


“A morte de pessoas famosas afeta boa parte de um público que as acompanham, em função dessa pessoa inspirar esse público, transmitir diversos afetos que faz com que essa pessoa se torne uma espécie de porta-voz dessa sociedade. Então ao perder uma pessoa famosa, que admiramos e que gostamos muito, as pessoas perdem também alguém que fala por ela, alguém que é uma representação de projetos, sonhos e desejos, que essa pessoa pode vir a ter”, explica.

Psicóloga clínica Psicopedagoga, Terapeuta de casal e família e Terapeuta comunitária integrativa, Rosangela Parga. - (Foto: Arquivo Pessoal)


Em alguns casos, o luto provocado pela perda vem acompanhado da circunstância da morte e se ela ocorreu de maneira precoce, pois muitas pessoas tomam para si a dor do outro conforme a relevância dos acontecimentos, especialmente se for semelhante aos já vivenciados.


“Nesse caso em especial, a juventude, o espírito aventureiro e o fato de existir um animal, um cão tão dócil e tão amado pelo público, faz com que essa dor, esse processo seja muito mais acentuado e, em função disso, nós observamos o quanto as pessoas se afetam nesse tipo de situação. É importante observar que alguns famosos, alguma pessoas ao morrerem deixam essa lacuna social e aprender a lidar com esse luto é um objetivo de quem fica e isso também passa por vivenciar o hoje de uma maneira muito mais tranquila e efetiva”, pontuou.


Brasileiros se unem para trazer Jesse Koz e Shurastey de volta ao país para última despedida


Depois do acidente, vários amigos se juntaram e fizeram uma vaquinha para arcar com os custos para trazer os corpos ao Brasil. A vaquinha bateu sua meta em menos de 24 horas. Além disso, todo mundo embarcou na história e refletiu um pouco sobre a vida. Ela passa rápido e somos a soma do que vivemos. Koz morreu jovem, mas viveu muito.

O que fica é a lição da relação dele com o Shurastey. Um amigo, uma companhia, uma parceria, são sempre importantes na nossa vida. - (Foto: Reprodução/ Instagram)


A história parece um enredo de filme americano, e qual brasileiro não gostaria de viver numa dessas estórias? Ganhar o mundo com seu fiel escudeiro, ser feliz deixando alegria por onde passa?


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